Mesmo com o julgamento de Lula marcado no Tribunal Regional Federal da IV Região Sul, em Porto Alegre, para o dia 24 de janeiro, cuja agilidade reforça ainda mais as suspeitas de que a sua condenação faz parte de uma estratégia política de seu afastamento do processo eleitoral de 2018, considerada a única maneira possível de evitar uma muito provável vitória cada vez mais próxima do 1º turno, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunido neste fim de semana, em São Paulo, aprovou a formação de um Grupo de Trabalho para apoio de sua candidatura para a Presidência da República nas Eleições de 2018.

Desta forma, o PT optou por uma tática de enfrentamento a tentativa de barrar a candidatura de Lula, ao tempo em que conclama o seu eleitorado e a militância para uma crescente e intensa mobilização para viabilizar a sua participação nas eleições de 2018, independente dos julgamentos e artifícios judiciais que parecem armados neste sentido. Assim, a campanha começa antecipadamente, posto que as mobilizações e demais eventos petistas e de seus aliados, deverão esquentar o clima político, cujo processo ficará cada vez confuso, indefinido e tenso.

Infelizmente, a situação política eleitoral passa a sofrer o processo de “judicialização”, cujos prazos, com seus adiamentos e antecipações, colocam um ar de indefinição que tencionará ainda mais este confuso pleito que já conta com inúmeros complicadores que vão desde a confusão partidária, com suas transformações e alterações de nomes, composições e recomposições, novos agrupamentos e reagrupamentos que pululam a cada instante, tornando a decisão dos eleitores e o seu controle sobre o seu votado, quando eleito, cada vez mais complicado.

Por outro lado, o PSDB pacificado sobre o controle de Alckmin, que se tornou praticamente seu único presidenciável, tenta se desvencilhar da imagem de Temer, na medida em se afastou praticamente de sua base, ainda que por questões programáticas tenha fechado questão e exigido o voto favorável a Reforma da Previdência Social que, mesmo assim, por falta de votos ficou adiada para o próximo ano, apesar dos esforços do governo para votá-la ainda este ano. Resta saber, se no ano de eleições gerais, terá os votos necessários a sua aprovação.

Como já era esperado, o PT e o PSDB já definiram seus nomes presidenciáveis, restando ao maior partido, o do presidente Temer, definir se, finalmente, terá um candidato, (Meirelles?) ou se optará por ser apenas um auxiliar, fornecendo um vice, ou nem mesmo isto, como tem feito nos últimos pleitos. Ademais, restará que os pequenos partidos apresentem folclóricos e inexpressivos candidatos que apenas encheram o tempo eleitoral gratuito com propostas que beiram o ridículo e o cômico. Por outro lado, caberá aos “nanicos de esquerda” apresentar candidatos que apenas irão “marcar posição”.

Por fim, resta uma dúvida, quanto ao PSOL que é saber se efetivamente se constituirá como uma alternativa no campo da esquerda, como aconteceu nos caso das eleições municipais passadas, no Rio e em Belém, compondo uma expressiva bancada, não só em qualidade, como também em quantidade, para que não vire um “partido espírita”, ou[a1] [a2]  se servirá apenas de “barriga de aluguel”, para personalidades despartidarizadas, a exemplo de Erundina e outros que tais. O ano de 2018 promete fortes emoções, quem sobreviver, verá!

17/12/2017.

Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação - BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.

Presidente do Instituto Ze Olivio  IZO

Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina".

Compartilhe: