A novidade da semana do “presidente brucutu” foi a agressão aos “governadores de Paraíba”, forma genérica e preconceituosa com que os cariocas tratam os nordestinos. da mesma maneira como os paulistas se referem aos moradores desta região, como se

todos “baianos” fossem, anunciando a quebra do princípio federativo da igualdade de tratamento e uma política de retaliação contra os governadores desses estados, quase na sua totalidade eleitos pela esquerda e oposição, especialmente pelas legendas do PT, PCdoB e PSB e, portanto, na
percepção do atrabiliário presidente passíveis de discriminação e punição, juntamente com as suas historicamente maltratadas populações.

Ao mesmo tempo, o presidente radicaliza sua posição de perseguição aos portadores, na sua tosca visão, da “psicose ambientalista” e continua a trocar os gestores qualificados tecnicamente, quase sempre participantes de movimentos sociais, quando não profissionais do quadro e membros dos órgãos de proteção desta área por protegidos políticos de seus aliados sem qualquer conhecimento, quando não familiares e aproximados de personagens declaradamente contrários a tal comportamento. Do mesmo modo, aproveita a oportunidade para
reduzir a participação das representações da sociedade ao tempo em que aumenta a representação do governo nos vários conselhos das áreas sócio, cultural e ambiental.

Aliás, se é que se pode chamar tal prática de política, esta parece ser a intensão do presidente do presidente na medida em que todas as decisões do atual governo caminham nesse sentido, sendo que uma vítima da semana é a Agência Nacional de Cinema, a ANCINE, na medida em que esse malfadado presidente, assistiu ou ouviu dizer que um filme sobre uma personagem ligada a prostituição tinha sido apoiado por esta instituição e isto seria o motivo suficiente para uma anunciada intervenção, para estabelecer um “filtro” nesses apoios, ao tempo em
que reduziu também a participação dos representantes técnicos da comunidade dos áudios visuais e aproveitou para aumentar a presença dos representantes de seu governo no mesmo órgão.

Enfim, a ideia de intervenção, controle e censura parece ser uma constante nas práticas do presidente, desmontando assim todas as participações da sociedade nos conselhos e agências que promovem o
desenvolvimento das várias atividades nas áreas da cultura e do meio ambiente tão duramente conquistadas nos últimos 30 anos de construção democrática, na medida em que a sociedade, especialmente após a
“Constituição Cidadã” de 1988, reafirmou os princípios republicanos que passaram a ser representados com a presença dos delegados da sociedade por meios de suas organizações, assegurando assim uma ampla
democracia que a ditadura militar tanto reprimira e negara.

21072019.

Sérgio Guerra.

Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação - BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.
Presidente do Instituto Ze Olivio IZO
Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina".

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