Desculpe Ministro Marco Aurélio, mas Bolsonaro não é merecedor de nosso desconto.
Ele já nos deve muito.

Há mais de 30 anos Bolsonaro abusa de envergonhar o Brasil. São inúmeros discursos, entrevistas, declarações, atitudes em que ele demonstra ser o pior dos brasileiros.
Quando o Brasil precisava sair do rumo da democracia e do desenvolvimento, não foi à toa que o império o convocou para fazer o trabalho sujo.
Bolsonaro é o menestrel da distopia.
É o patriota que reverencia a bandeira americana.
É o democrata que defende a tortura.
É o honesto que organiza e lidera as milícias e organiza quadrilhas para se apropriar do dinheiro publico.
É o homem de bem que destrói os sonhos de um pais que um dia se pretendeu gigante e que definha aos olhos do mundo.
Desculpe, Ministro Marco Aurélio, mas Bolsonaro deveria estar preso no dia em que prestou homenagem ao torturador e assassino Brilhante Ustra.
Preso, ele não seria hoje uma ameaça à democracia.
Bolsonaro é a barragem rompida de Brumadinho. Bolsonaro é Amazônia em chamas. Bolsonaro é desemprego, é fome, é fogo no corpo do índio, é bala na carne do negro.
Nem descontos, nem desculpas, nem complacência.
Bolsonaro só merece de nós a aspereza das ruas. As ruas dos escravos libertos. As ruas das mulheres atentas. As ruas da juventude sedenta de futuro. As ruas dos trabalhadores traídos. As ruas dos famintos e desassistidos.
Não se contemporiza com ditadores, Ministro Marco Aurélio.
É hora de o Brasil acertar as contas consigo mesmo. E com Bolsonaro.
Antes que seja tarde. Não

Renan Araújo é médico

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