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Jaime Sodré emociona ao contar sua trajetória de vida
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Sáb, 22 de Junho de 2013 15:10

Jaime-SodreA trajetória de vida do historiador Jaime Sodré foi contada nesta quarta-feira, 19, na Sessão Plenária mensal que reúne os conselheiros de cultura na sede do Conselho Estadual de Cultura da Bahia (CEC), no Campo Grande.

Conhecido por sua produção acadêmica e livros ligados à religiosidade, Sodré emocionou a plateia ao narrar sobre as dificuldades encontradas ao longo da vida e como batalhou para não deixar o preconceito racial se sobrepor ao desejo de ser um professor.

Doze conselheiros de cultura estiveram presentes. A plenária começou de modo descontraído, com fotos de Sodré durante a infância. Em seguida, falou sobre a família de origem humilde e como seus pais incentivavam as crianças a estudar. “Minha mãe foi alfabetizada por mim e meus irmãos. Éramos negros, pobres e com muita aptidão para o crescimento”, disse.

Com outros familiares docentes, Sodré desde cedo foi incentivado a seguir a carreira de mestre. As idas e vindas à biblioteca rendiam bons frutos no seu desempenho escolar, mas também marcaram sua vida como cenário do primeiro caso de preconceito racial. Um dia, quando voltava da biblioteca, dois garotos brancos conversavam na calçada. “Pedi licença e um deles disse: ´Olha ai o que a Lei Áurea está fazendo´”, recorda.

Sem entender a situação, Jaime foi à sua mãe para relatar o fato e ouviu uma lição que jamais esqueceu: “Sabe qual a melhor forma de combater o racismo? Sendo melhor que eles”. E a partir daí ele teve a certeza que estudar e disseminar o conhecimento adquirido seria a melhor forma de enfrentar o preconceito.

BLACK POWER - Durante a juventude, inovava nas ruas com o cabelo Black Power, mas era repreendido pela polícia. Tocava bateria e cantava em uma banda de rock. A época da música, no entanto, foi deixada de lado à medida que investia nos estudos. Terminou a licenciatura em Desenho e Plástica, na Universidade Federal da Bahia (Ufba), e, em seguida, concluiu o mestrado em Teoria e História da Arte. Por fim, investiu no doutorado em História Social.

Sodré, que também é poeta e compositor, acumula diversos livros publicados. São obras premiadas pelo enfoque na africanidade e na cultura afro-brasileira. A militância de Sodré rendeu frutos como A Medalha Zumbi dos Palmares, oferecida aos profissionais que atuam em benefício da africanidade e da comunidade afrodescendente.

Em 2003, ganhou o 2º lugar do Prêmio Funarte com a peça teatral “Alufá Licutan Confessa”. Em 2004, foi homenageado pela Prefeitura Municipal de Salvador com a Medalha 2 de julho, concedida às personalidades que se destacam por méritos excepcionais ou por serviços relevantes prestados à cidade. Em 2005, recebeu a homenagem Ládurú Òré, do Núcleo de religiões de matriz africana da Polícia Militar (NAFRO-PM) e o troféu Caboclo: os educadores de nosso povo, da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (ACBANTU).

O conselheiro comenta que sua vida é sustentada em quatro pilares. O primeiro deles é a religião. “É o que rege minha vida e traz estabilidade”, afirma, após lembrar sua devoção aos terreiros Bogun e Tanuri Junçara, nos quais desempenha as funções de ogã e xincarongoma, respectivamente. “E tenho ainda o costume de reservar tempo para visitar outras religiões, como a batista e a católica. É preciso respeitar e dialogar com outras religiões”, defende.

O segundo pilar da sua vida é a capoeira, que lhe permite conservar um “corpo elétrico e alma vibrante”. Outros sustentáculos para seu sucesso são o bom humor e o compromisso com a comunidade negra. No final, o conselheiro agradeceu por ter tido a chance de contar sua história diante dos demais conselheiros e aproveitou para entoar cânticos de matriz africana.

Estavam presentes na sessão o vice-presidente do CEC Aurélio Schommer, os conselheiros Araken Passos, Normelita Oliveira, Carlinhos Cor das Águas, Leandro Colling, Marcos Uzel, Mary Garcia Castro, Alva Célia de Medeiros, Almandrade, Aderbal Duarte, Fábio Paes e Paulo Henrique Alcântara.

Fonte: http://conselho.cultura.ba.gov.br/jaime-sodre-emociona-ao-contar-sua-trajetoria-de-vida/

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