Novembro Negro - "Ciclo Odundê 2022" no Projeto Memórias Coreográficas da Escola de Dança da Ufba |
Sáb, 12 de Novembro de 2022 00:22 |
No “Novembro Negro”, o evento homenageia o grupo da Bahia dos anos 80 que a partir da pesquisa “Estudos do Movimento da Dança Afro-Brasileira” levantou questões sobre ancestralidade, corpo, mulher, movimento, polirritmia e cultura negra. A ação comemora os 66 anos da Escola de Dança da UFBA, de 16 a 18 Em 1981 foi criado o grupo Odundê, com a proposta de articular aspectos da cultura negra na Bahia com a dança e com o ambiente da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, tendo produzido trabalhos até os anos 2000. Quatro décadas depois de iniciada essa história, o Memorial de Dança da UFBA se dedicou a levantar, organizar e divulgar vestígios dos dez primeiros anos dessa trajetória artística. O compartilhamento com o público será realizado pelo projeto “Memórias Coreográficas: Ciclo Odundê 2022”, de 16 a 18 de novembro (de quarta a sexta-feira), no hall de entrada do Teatro Experimental da Escola de Dança. O evento é gratuito, aberto ao público da instituição e aos interessados. A realização do “Ciclo Odundê” marca também a celebração do 66º aniversário da Escola de Dança da UFBA no ano de 2022. A programação conta com uma Abertura Cênica, Exposição e Rodas de Conversas. A estratégia metodológica do evento, incluindo o desenho da programação, conta com a colaboração de pessoas integrantes do Odundê: Conceição Castro, Edsoleda Santos, Tânia Bispo, Neuza Saadi, Sueli Ramos, Edileuza Santos, Monica Millet e Tião Oliveira, e ex integrantes do Grupo com seus testemunhos. Afro diaspóricos - O Odundê emergiu de uma visão crítica sobre o currículo da Escola de Dança da UFBA e suas abordagens didático-pedagógicas. Em um movimento de trocas entre estudantes e a professora e pesquisadora Conceição Castro foi desenvolvida a pesquisa Estudos do Movimento da Dança Afro-Brasileira, de autoria da professora, que resultou no espetáculo “Odundê” que nomeou o grupo e reverberou em outras criações. O grupo atuou nos anos 80, modificando e disseminado a dança de referências afro diaspóricas em Salvador, tendo o corpo e as questões da mulher negra na centralidade de suas criações, que buscavam uma perspectiva intercultural, não hegemônica. Sobre o Odundê - Em um primeiro momento, observando o comportamento dramático corporal da dança negra em Salvador, a pesquisa do Odundê levantou características contrastantes do modelo adotado nos cursos de dança da UFBA. Num segundo momento, o olhar se voltou para outras cidades do Recôncavo baiano, mais destacadamente sua zona rural e as cidades de Cachoeira, Santo Amaro e São Felix, locais onde havia maior incidência de pessoas e culturas afro diaspóricas e que se distinguiam na época de Salvador, no ano de 1981. Em um terceiro momento, numa perspectiva teórico-prática, os procedimentos corporais levantados foram analisados, comparando-os com procedimentos adotados na Escola. E, numa quarta etapa, foram verificadas possibilidades para inclusão dos dados analisados no currículo de dança em vigência. Um experimento artístico acompanhava cada etapa da pesquisa. Assim, o espetáculo “Odundê” emergiu da observação e da experimentação no corpo de características físicas, das posturas e dos movimentos corporais, dos costumes, dos trabalhos e das religiosidades, levantados e analisados, nos laboratórios, através da improvisação e da criação em Dança. “Odundê” foi criado a partir do ritmo e da energia dos corpos negros. A palavra em Iorubá,segundo documentos do grupo, quer dizer Ano Novo, Nova Era, o destino de cada um. “Odundê” (1981-82) deu nome ao grupo, que ainda produziu até 1986, com essa linha de pesquisa, mais três trabalhos: "Didewa" (1983); "Marongé" (1984); “Caindo no Popular” (1986). O Grupo seguiu ainda com as obras “Obirin Marun-Dé" (1986) e a "Restrospectiva dos 10 anos do Odundê” (1990), que reuniu fragmentos da trajetória do grupo. Memórias Coreográficas - O projeto Memórias Coreográficas busca consolidar um espaço-tempo no qual artistas, suas memórias, tempo, espaço, movimento e criação dialoguem com a contemporaneidade. É um encontro entre os que viveram experiências comuns e aqueles que desejam conhecê-las. É um modo de compartilhá-las e de pensar dança(s) e sua permanência. REALIZAÇÃO: Memorial de Dança – Escola de Dança da UFBA CORREALIZAÇÃO: Programa de Apoio as Artes – PAAA/PROEXT/UFBA e Coordenação de Ações Artístico Acadêmica da Escola de Dança – CAAA/UFBA APOIO: Elétrico - Grupo de pesquisa em Ciberdança: Grupo Corpoconectivos em Danças; Programa de Pós Graduação Profissional em Dança - PRODAN SERVIÇO: Memórias Coreográficas: Ciclo Odundê2022 Quando: de 16 a 18 de novembro (de quarta a sexta-feira) Onde: Escola de Dança da UFBA – Campus Ondina Horário: diversos (programação abaixo) Ingresso: Gratuito, para público interessado. PROGRAMAÇÃO ATIVIDADES: Ação Cênica: recriações coreográficas de vestígios dos espetáculos Odundê e Marongé pelo próprio grupo. Participação: Conceição Castro, Sueli Ramos, Tânia Bispo; Edileuza Santos, Tião Oliveira, Mônica Millet. Convidados: Gilberto Santiago e Lucas de Gal. Dia: 17 de novembro Horário: 19h Local: Teatro Experimental – Escola de Dança da UFBA Abertura da Exposição Ciclo Odundê – 10 anos Dia: 17 de novembro Horário: 16 de novembro Local: Átrio da Escola de Dança da UFBA (hall de entrada) Rodas de conversas Participação: Conceição Castro, Tania Bispo, Sueli Ramos, Edileuza Santos, Neuza Saad, Monica Millet, Tião Oliveira e Edsoleda Santos. Mediação: Clécia Queiroz e Margarida Seixas (Meg) Dia 16 de novembro Hora: 9h45 as 11h45 Local: Teatro Experimental da Escola de Dança da UFBA Dia 18 de novembro Hora: 18h30 as 11h45 Local: Teatro Experimental da Escola de Dança da UFBA |
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