A música tem o poder de acender a chama da liberdade. Por Juca Ferreira
A música tem o poder de acender a chama da liberdade, da rebeldia, da insubmissão, da busca de plenitude. Talvez seja a arte mais arrebatadora. Esse vídeo é um concerto de música, mas esse vídeo é sobre um evento político, no melhor e mais profundo sentido que a palavra política pode adquirir. Na música, na letra da música, no que ela remete, no público. E é política e linguagem capaz de mobilizar e engajar as periferias do sistema capitalista na luta por igualdade e liberdade. O movimento contra o aparthaid na África do Sul fazia seus comícios dançando e cantando. As vezes a polícia chegava atirando e os manifestantes se dispersavam e depois se reagrupavam contando e dançando…
Nossos partidos e todos que lutam por justiça social e democracia no Brasil precisam incorporar a cultura e as artes como parte do projeto de emancipação do povo brasileiro. Não é algo secundário decorativo ou apenas para agradar. Não é a cereja do bolo!
Um bom exemplo recente:
Ainda estou aqui teve um impacto muito positivo no Brasil e no mundo.
É um erro gravíssimo subestimar a cultura e a arte como parte importante do projeto de emancipação política e construção de uma sociedade democrática com justiça social no Brasil.
A arte e a cultura é uma dimensão central, definidora da nossa condição humana. Talvez é o que nos faz humanos, diferentes dos demais mamíferos. Por isso a extrema direita declarou uma guerra cultural. Querem nos ver tristes, isolados e sem ânimo.
A diáspora africana nos faz parte de um mesmo território e a perimetral desse território afrodescendente cobre quase todo o continente. A música e a cultura nos une e ela será parte da construção de um mundo novo.
Viva Bob Marley! Viva o Olodum! Viva ó Ilê! Viva o Cortejo Áfro, Mangueira, Salgueiro e todas as escolas de samba! Viva os maracatus! Viva Chico Science, Viva Luiz Melodia, Cartola, Gilberto Gil, Caetano, BaianaSystem…
Viva o povo brasileiro!
Esse argumento é fundamental para qquer projeto de combate à extrema-direita e ao fascismo, bem como para qquer projeto de desenvolvimento sustentável, real e robusto. No golpe de 2016, form enfatizados os planos político, jurídico e midiático, mas o golpe foi sobretudo cultural, com fundamento na negação da cultura brasileira, no viralatismo e na desinformação.