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Facebook Facebook Instagram WhatsApp

Bora deixar de quatchara que eu não to vendo nada disso por Amanda Cunha

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Depois de tantas poesias bonitas, mensagens cheias de desenhos de corações e flores, gostaria de agradecer e dizer que qualquer ato de doçura é um gesto de carinho, mas querem mesmo homenagear as mulheres?

Então passem a assumir a responsabilidade da vida cotidiana com as suas companheiras, como dividir a tarefa doméstica e os cuidados com os filhos e a família, não queremos parabéns por sermos “super mulheres” que cuidam da casa, dos filhos, do marido e do trabalho, além dessa alta carga de trabalho nos adoecer, isso só expõe o quanto naturalizamos a divisão sexual do trabalho.

Lute no seu sindicato pela equiparação salarial entre homens e mulheres, se indigne se o seu partido propõe candidaturas laranjas de mulheres para atingir a cota de 30% exigida pelo TSE, lute por iguais condições de participação política entre homens e mulheres, denuncie seu vizinho, conhecido, amigo ou familiar que agride a sua companheira, não reforce a ideia de que algumas mulheres são lésbicas porque não encontraram bons homens, entenda e respeite que mulheres podem amar e desejar outras mulheres e que mulheres transexuais também são mulheres.

Se inquiete quando perceber que espaços de poder e decisão são ocupados majoritariamente por homens e tenha abertura para questionar porque isso acontece, não faça piada quando as mulheres apontarem essas contradições, respeite que a mulher é um outro ser humano que traz experiências diferenciadas das suas e que você pode ouvi-la e até aprender com ela, faça homenagens cotidianas e muitas vezes silenciosas, pois estas sim poderão contribuir para melhorar a vida das mulheres.

O nome do meu poema é: bora deixar de quatchara que eu não to vendo nada disso no dia-a-dia.

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