Domingueiras CCXC. Por Sérgio Guerra
Confesso que senti uma certa dificuldade em tratar nesta semana de algum outro tema que não seja as “Eleições dos Estados Unidos”, como sempre polarizada entre os partidos Democrata e Republicano que correspondem aos mais urbanos e progressistas e entre os rurais e conservadores, respectivamente.
Vale lembrar que seria grosseiro uma redução de tão grande partidos a uma uniformidade que, efetivamente, não pode conseguir traduzir as multiplicidades que a vida social de uma nação comporta. Portanto, chamar um partido, no caso o Democrata, de “esquerdista” ou mesmo “comunista” não deve ser visto como nada além de um mero xingamento eleitoral.
Mesmo considerando que uma mudança tão radical quanto a que se apresenta nas eleições da grande nação do Norte, pois se trata da sucessão de um governo sem grandes apoios, mesmo dentro do que teoricamente seria o seu partido, o Republicano, eleito numa onda de autoritarismo nacionalista, a mesma que atingiu também o Brasil e elegeu Bolsonaro, que trazia em seu bojo uma rejeição total e irresponsável a política, em suas mais variadas expressões como partido político, sindicatos, associações e demais instituições que tem como objetivo fundamental a representação dos diversos organismos da sociedade, bem como a organização de todo o estado.
Assim, o governo Trump dos Estados Unidos passou a se recusar a participar e a renunciar a sua participação dos vários organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde, a OMS, mesmo em plena crise da COVID 19, assim como do Tratado de Paris, que estabelecia metas de redução da emissão de gás carbônico, condição fundamental para garantir a preservação do meio ambiente além de muitos outros. Enquanto provocava muitos outros países do mundo, especialmente as maiores potências, inviabilizando a construção de um mundo mais organizado e justo.
Deste modo, a vitória do partido Democrata, por meio da candidatura Biden/Kamala, representa uma maior possibilidade de construção de um novo mundo, por meio de negociações e acordos
internacionais, me perdoem os “eternos revolucionários” que ainda acreditam na “revolução proletária” que nos levará de pronto ao socialismo/comunismo. E “prá não dizer que não falei de flores” o presidente Trump se recusa a aceitar a derrota e quebrou a tradição do discurso em que se assume a derrota, no que é secundado pelo silêncio do governo do Brasil. Fala Bolsonaro!
08/11/2020.
Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.
Presidente do Instituto Ze Olivio IZO
Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”.