É preciso avançar nas ruas e no governo. Por Walter Takemoto
A Folha divulgou pesquisa de opinião que mostra pequeno crescimento positivo na avaliação do governo Dilma. Esse crescimento positivo ocorre ao mesmo tempo em que ocorreram grandes manifestações de rua contra o golpe e em defesa da democracia, em claro repúdio aos setores reacionários e a campanha golpista desenvolvida pelos meios de comunicação.
E coincide, ainda, com a divisão do PMDB, o cerco ao Cunha e a derrota dos golpistas no STF.
O risco desses últimos fatos, importantes, é que o governo, os dirigentes do PT (principalmente), PCdoB e centrais sindicais, passem a avaliar que o movimento golpista foi neutralizado, em especial por meio da decisão do STF, e que agora não é mais hora de continuar avançando no enfrentamento de rua aos que tramam pelo impeachment.
Qualquer recuo agora em ocupar as ruas e mobilizar os setores que são claramente contra o golpe, mesmo sem apoiar explicitamente o governo Dilma, será uma nova repetição do que houve no segundo turno, quando a vitória sobre o candidato da reação se conquistou com a força da mobilização de milhões e as opções tomadas pelo governo foram no sentido contrário ao do programa vitorioso.
É preciso avançar nas ruas e no governo. No caso do governo Dilma é preciso avançar à esquerda. Se a saída do Levy é meio passo, é preciso dar muitos outros e rápido.