Aldeia Nagô
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Edição de setembro do Sarau Bem Black homenageia o escritor José Carlos Limeira

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Jose_Carlos_Limeira

Importante nome da literatura negra brasileira, o poeta José Carlos Limeira, que faleceu em março passado, aos 64 anos, é o homenageado da edição de setembro do Sarau Bem Black, que acontece na próxima quarta-feira (14\09), às 19h, no Casarão do Lord, no Pelourinho. Para isso, o evento, comandado pelo poeta Nelson Maca, revisita a obra de Limeira, marcada por poemas que falam de diferentes aspectos da negritute. E recebe dois de seus interlocutores, os escritores Lande Onawalê e Jocélia Fonseca, para  recitar alguns dos versos marcantes de Limeira.

Mas a homenagem não fica restrita aos convidados. Logo na abertura, Nelson Maca e o percussionista Jorjão Bafafé fazem uma saudação ao orixá Exu e à Limeira, para abrir os caminhos. Já as três poetas residentes do Sarau – Vera Lopes, Lucinha Black Power e Luiza Gata – declamam poemas do autor, que iniciou na literatura nos anos 70. Limeira publicou os livros Arco-Íris Negro (1978) e Atabaques (1983), ambos em parceria com o escritor Ele Semog, Black Intentions (2003) e Encantadas (2015), além de participar de antologias como Cadernos Negros, Axé – Antologia da Poesia Negra Brasileira e A Razão da Chama.

Responsável pela trilha musical do sarau, o DJ Joe apresentará, entre uma performance e outra,  poemas recitados pelo próprio Limeira, retirados do CD A Noite da Liberdade, lançado pelo poeta em 2009, numa parceria com os produtores DJ Edilson e André Lopes. Joe também toca canções do bloco afro Ilê Aiyê, com o qual o poeta teve bastante proximidade, tendo sido, inclusive, mestre de cerimônia da Noite da Beleza Negra por várias edições.

Além da homenagem a Limeira – que participou da edição inaugural do Bem Black, em setembro de 2009 – o sarau receberá uma visita pra lá de especial este mês: o Grupo de Teatro Negro Mário Gusmão, da cidade de Pau Brasil, no Sul da Bahia. Os 16 jovens integrantes do grupo ficarão dois dias em Salvador, recepcionados pelo Sarau Bem Black, realizando uma vivência cultural na negritude da capital que inclui, além de participação no sarau, workshop com o Bando de Teatro Olodum, no Teatro Vila Velha; visita orientada ao MAFRO – Museu Afro da Bahia, no Terreiro de Jesus; visita ao terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo; e bate-papo com componentes do Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, responsável pela execução do sarau.

SARAU BEM BLACK – Precursor da nova safra de saraus da cidade, o Bem Black se destacado pelo diálogo com outras expressões artísticas, como a música, dança, artes plásticas e audiovisual.  E como um ponto de encontro para escritores e outros criadores  de todo o país que enfrentam os estereótipos culturais determinados pela  moda e pelo mercado. Foi realizado durante cinco anos e meio, todas as quartas, no Sankofa African Bar, onde atualmente é o Casarão do Lord, entre 2009 e 2014. Depois de algumas edições itinerantes, retornou ao Pelourinho em julho passado. Na sua trajetória, o Sarau já recebeu, além dos nomes locais, escritores, músicos, dançarinos e coletivos de várias partes do país. Entre eles, Cristiane Sobral, Ellen Oléria, GOG, Rapadura, de Brasília; Conceição Evaristo, Fábio Simões, Marechal, Mc Liano, Mc Mano Teko, Mc Pingo do Rap, do Rio de Janeiro; Akins kintê, Allan da Rosa, Ba Kimbuta, Banda Veja Luz, Berimba de Jesus, Cuti, Marcelino Freire, Sérgio Vaz e Zinho Trindade, de São Paulo.

SERVIÇO

Evento: Sarau Bem Black

Quando: quarta-feira (14/07), às 19h30

Onde: Casarão do Lord,  no Pelourinho

Entrada gratuita

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