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E os golpistas deram um golpe. Por Valter Takemoto

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Walter-Takemoto

A partir de hoje não podemos mais falar que existe um golpe em andamento. Hoje os golpistas deram um golpe. Deram um golpe nas instituições do Estado que existem para defender seus próprios interesses.

 

Deram um golpe contra o sistema representativo organizado para manter uma democracia que preserva seus privilégios e poder.

Deram um golpe contra a principal liderança operária da história do país, que dirigiu as grandes greves que representaram a luta da classe trabalhadora e do povo contra a ditadura.

Deram um golpe contra o primeiro operário que chegou a presidência do pais, que implementou políticas de inclusão social, de compromisso com os mais pobres, mas que preservou os interesses e os lucros desses que hoje estão por trás do golpe.

Eles hoje deram o golpe que tramam desde a AP 470. E hoje esse golpe foi um teste para medir a capacidade de reação dos partidos de esquerda, governista e não governista, das centrais sindicais e dos movimentos organizados.

Lula no sindicato dos bancários afirmou que vai às ruas, por todos os lugares desse país, responder ao golpe que lhe aplicaram.

Por ser a liderança política que é, essa disposição do Lula é fundamental para trazer para as ruas a militância dos partidos e do movimento sindical.

Mas derrotar os golpistas exige mais do que a militância dos partidos e sindicatos.

Temos que ganhar novamente o apoio daqueles que foram às ruas no segundo turno e que se afastaram diante das medidas impopulares do governo Dilma. Temos que buscar o apoio dos que saíram às ruas contra o Cunha e as medidas reacionárias do congresso, mas que também estão na oposição ao governo.

Mas também não podemos nos esquecer que para enfrentar a guerra que eles declararam precisamos conquistar os setores populares que hoje possuem os meios de comunicação como única fonte de informação.

Para tudo isso, para construir um poderoso movimento social contra o golpe e em defesa da democracia, é preciso que o Lula, os partidos de esquerda, o movimento sindical, não se esqueçam que não é mais possível definir claramente que temos um lado, e que do outro lado estão os que deram o golpe hoje, 04 de maço de 2016.

E do lado de cá não pode haver concessões para os que estão do outro lado.

 

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