Os discos “Refazenda”, “Refavela” e “Realce” fazem parte da trilogia conhecida como “Trilogia Re” de Gilberto Gil.

Senta que lá vem História!

“Refazenda”, lançado em 1975 e produzido por Marco Mazola, marcou uma fase de renovação na carreira de Gil, explorando influências da música rural brasileira.

Em 1977, Gil lançou “Refavela”, produzido por Roberto Santana, trazendo uma forte influência da música africana e do movimento black power, refletindo sua experiência no Festival de Arte Negra em Lagos, Nigéria.

O terceiro álbum da trilogia, “Realce”, lançado em 1979, incorporou elementos do pop e da música disco, mostrando a versatilidade de Gilberto Gil como artista.

Além desses álbuns, Gilberto Gil participou do álbum “Refestança”, lançado em 1977, um álbum ao vivo gravado em conjunto com Rita Lee (31 de dezembro de 1947 – 8 de maio de 2023) & Tutti Frutti, e a banda Refavela de Gil. A produção ficou a cargo de Guto Graça Mello. “Refestança” é um registro importante da colaboração entre esses artistas e da efervescência cultural da época.

“Realce” é um álbum de estúdio do cantor e compositor Gilberto Gil, nascido em Salvador em 26 de junho de 1942. O álbum foi lançado em 15 de agosto de 1979.

Gravado em Los Angeles e no Rio de Janeiro, o disco mistura gêneros como samba, MPB, pop, soul, R&B, disco e reggae. Produzido por Marco Mazzola, o álbum contou com a participação de músicos renomados como Steve Lukather (Toto) e Jerry Hey (Michael Jackson, Earth, Wind & Fire).

Em 1979, o Brasil vivia um período de transição política com o processo de abertura democrática após anos de ditadura militar.

A Lei da Anistia promulgada permitiu o retorno de exilados políticos e a libertação de presos políticos.

Esse clima de esperança e mudança influenciou a música e a cultura da época, refletindo-se nas letras e temáticas abordadas por artistas como Gilberto Gil.

O final dos anos 70 foi marcado pela influência da disco music e do movimento black power na música mundial. No Brasil, a música popular brasileira (MPB) estava em plena efervescência, com artistas explorando novas sonoridades e misturando ritmos tradicionais com influências internacionais.

Gilberto Gil, com “Realce”, trouxe essa fusão de estilos, incorporando elementos da disco music e do reggae, além de abordar temas sociais e filosóficos em suas letras.

O álbum “Realce” é composto por várias faixas que se tornaram clássicos da música brasileira.

Algumas das mais destacadas incluem “Realce”, “Sarará Miolo”, “Superhomem – A Canção”, “Tradição”, “Marina”, uma regravação de uma canção de Dorival Caymmi, trazendo um toque moderno à clássica melodia; “Rebento”; “Toda Menina Baiana”; “Logunedé”; “Não Chores Mais” e preciosos bônus track…

No cenário musical de 1979, diversos álbuns icônicos foram lançados tanto no Brasil quanto no mundo.

Alguns exemplos incluem “Off the Wall” de Michael Jackson, “The Wall” de Pink Floyd, “Highway to Hell” de AC/DC, “Breakfast in America” de Supertramp, “London Calling” de The Clash, “Era uma Vez um Homem e Seu Tempo” de Belchior, “Frutificar” de A Cor do Som, “Sinal Fechado” de Chico Buarque, “Zumbi” de Jorge Ben, “Amor de Índio” de Beto Guedes e “Cigarra” de Simone. Esses lançamentos mostram a diversidade musical da época, com influências que iam do rock ao pop, passando pela música brasileira e internacional.

A música “Realce” é uma celebração da beleza e da luz que cada um carrega dentro de si.

Em tempos de transição e incerteza, como os vividos em 1979, a canção se tornou um hino de esperança, incentivando todos a brilharem e a realçarem suas melhores qualidades.

Que em 2025, possamos todos encontrar essa luz interior e espalhar esperança e alegria ao nosso redor. Esse álbum é marcante em minha vida, pois me lembra as minhas primeiras andanças em Salvador.

Feliz Ano Novo!
SONZAÇO!
Renato Queiroz é professor, compositor, poeta e um apaixonado pela história da música,.