As eleições municipais trouxeram de volta os ataques ao PT e ao PCdoB por parte dos que se consideram "esquerda" desses dois partidos.

Do Jean Wyllys a militantes e apoiadores de candidaturas do PSOL ou do quase "fora todos", as redes sociais voltaram a se transformar em palco de reprise das criticas de que o PT, em especial, se aliou a direita que deu o golpe, traiu o programa de governo de 2014, se transformou em um partido de centro direita, neoliberal, etc.

Não foram poucos os militantes do PT, PCdoB, CUT, que criticaram publicamente a política de governabilidade, republicanismo e respeito ao estado de direito que esteve presente nos governos Lula e Dilma. Ou a política econômica do Levy. E foram militantes do PT que em seu último congresso gritaram "Cabula", "Cabula", "Cabula", mesmo minoria, mostraram que lá estavam os que não se calam diante da direção e das tendências adesistas.

Mas também não nos esquecemos que foi nesses dois governos do PT que pela primeira vez na história do nosso país existiram políticas sociais de inclusão que privilegiaram os eternamente excluídos da nossa sociedade.

Mas o que quero dizer aqui é que não se pode confundir as direções do PT e suas tendências com os militantes do partido, que em todos os lugares desse país estão presentes nas lutas e movimentos sociais. E não é diferente com os militantes do PCdoB.

Por mais que queiram desacreditar esses partidos, a direita ou a esquerda, são partidos que nasceram, cresceram e se organizaram nas lutas cotidianas dos trabalhadores e do povo da cidade e do campo. Se cometeram erros, se em determinado tempo privilegiaram a ação institucional, não existirá saída para a luta contra o golpe que desconsidere a militância desses partidos, pois é ela que está presente nas lutas que se trava cotidianamente em nosso país. São dezenas de milhares de jovens, homens e mulheres. E apenas uma parcela é que trocou a militância nos movimentos para se transformar em burocratas.

Em novembro teremos uma Greve Geral convocada pelas centrais, em especial a CUT e a CTB, contra o golpe e em defesa dos direitos dos trabalhadores. Quem serão os principais protagonistas dessa luta que será travada nas fábricas e nas ruas? Com certeza serão aqueles que se referenciam no PT e no PCdoB.

Em 2014 voltei a me filiar ao PT, partido do qual participei da fundação e tinha me afastado no inicio da década de 90. Tenho orgulho de dizer que sou filiado a esse partido, por nele encontrar milhares de militantes que dedicam suas energias na luta por mais direitos. E tenho respeito e considero camaradas os que militam no PCdoB e se afirmam comunistas, pois nos tempos de hoje em que o reacionarismo e o fundamentalismo atacam a democracia e a liberdade, afirmar a defesa do comunismo é para poucos.

E a seis dias das eleições municipais, em que o poder econômico e o golpe vai determinar os resultados das urnas, vou estar nas ruas para defender a candidata comunista Alice Portugal e os candidatos Gilmar Santiago e Vânia Galvão, apoiados pelo Coletivo Esquerda Unida do qual faço parte. E para quem pretender votar em candidato do PCdoB a vereadora Aladilce é uma importante camarada que deve e merece ser reeleita.

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