FHC desce a linha em Lula por Paulo Willian |
Cidadania | |||
Sáb, 07 de Novembro de 2009 09:29 | |||
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez novo movimento para
assumir a linha de frente da oposição ao governo Lula e artigo no
último domingo (01/11), nos jornais "O Globo" e "O Estado de S. Paulo"
desceu a lenha em Lula...
Segundo FHC, o petista comete
"transgressões cotidianas". Atropela a lei e os "bons costumes". Faz
uma aliança de natureza política autoritária, unificando sob verbas
públicas os interesses do Estado, de sindicatos, dos movimentos
sociais, dos fundos de pensão e das grandes empresas. Alerta para o
risco de subperonismo. E sapeca um novo conceito político-sociológico:
"autoritarismo popular". Em meio a uma oposição sem discurso, com potenciais candidatos ao Palácio do Planalto que não desejam atacar Lula, FHC cumpre o papel de tentar desgastar um presidente, que, com sua alta popularidade, tentará eleger como sucessora a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. FHC, porém, esquece o passado. No seu governo, os fundos de pensão das estatais foram usados politicamente para a formação de consórcios privados que arremataram empresas públicas. O Estado, naqueles anos, atuou no limite da irresponsabilidade, como disse Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil que ficou muito rico nos anos FHC. A aliança com o PFL, hoje DEM, não difere muito da firmada pelo PT com o PMDB, em nome de um realismo político que sacrifica a ética. O petista é mais desabrido ao abraçar figuras de biografias suspeitas? Sim. Mas o tucano nomeou um procurador-geral da República que ficou conhecido como engavetador-geral da República. O procurador-geral é o único que pode pedir abertura de investigação e de processo penal contra o presidente da República. FHC não se arriscou com as seguidas nomeações de Geraldo Brindeiro. Lula escolheu o mais votado da categoria. E viu um deles denunciar a existência de uma organização criminosa em seu governo. Houve tentações no governo Lula, mas ele nunca cruzou a linha que separa a democracia do autoritarismo. Já o tucano mudou, com apoio popular, a regra eleitoral no meio do jogo, obtendo a possibilidade de disputar a reeleição em 1998. Resumindo: FHC exagerou. E, quando isso acontece, costuma ser bom para o atacado. O tucano parece que está chateado com o eleitor que votou democraticamente em Lula, um presidente que tem seguido à risca o que prometeu. "Autoritarismo popular" soa meio golpista e demófobo. Não é algo à altura do ex-presidente. Também não compreendeu. Lula tem sido beneficiado por aqueles que o subestimam. Muitos críticos não compreendem o fenômeno Lula. Por isso, falham ao criticá-lo. Não conseguem formular uma crítica pertinente. Resultado: Lula nada de braçada na política. Desde uma frase que a empresária e atriz Ruth Escobar disse ter ouvido de Arnaldo Jabor, na eleição de 1994, não havia uma declaração tão exemplar do preconceito e da incompreensão de certa elite em relação a Lula. Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Caetano Veloso disse: "Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é cabocla, é inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro". Crédito histórico A frase que Ruth disse ter ouvido de Jabor em 1994, quando FHC e Lula disputavam a eleição presidencial que seria vencida pelo tucano, foi a seguinte: "'Nesta eleição, temos duas opções: votar em Jean-Paul Sartre ou escolher um encanador". Artigo publicado originalmente em http://mostrandoaface.blogspot.com
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