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PMDB: partido de programa por Antonio Risério
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Cidadania
Sáb, 17 de Abril de 2010 11:14
Este é o título de um artigo do jornalista Fernando de Barros e Silva, publicado no jornal Folha de S. Paulo, que só agora li - para variar, com certo atraso: vou empilhando textos e livros que acho que preciso ler, mas o dia só tem 24 horas, de modo que ando sempre meio atrasado. Em todo caso, vou lendo e examinando o que é possível. E esse pequeno artigo do Fernando de Barros e Silva, cujo título é de dar inveja, merece destaque. É claro, lúcido e vai direto ao assunto, botando o dedo na ferida.

Barros e Silva comenta o fato de que o PMDB resolveu elaborar um "programa de governo" para contrabalançar o programa que o PT apresentou, ao lançar a candidatura de Dilma Rousseff ao Planalto. "O PMDB resolveu pensar.

Eis aí uma notícia: o partido que se confunde com a política do pragmatismo cego está disposto a apresentar sua visão sobre o futuro do Brasil. A legenda que virou sinônimo de oportunismo e fisiologia no país teria percebido agora que lhe falta um lastro (ou lustro) doutrinário. Ora, o PMDB não precisa de um programa de governo, mas de um manual de conduta" - afirma, de cara e com absoluta precisão, o jornalista.

Acrescentando: "A escassez de ideias, de bandeiras e de lideranças não é, no caso do PMDB, um problema, mas a condição para que ele seja o que é". Claro. Partidos como o PT ou o PCdoB mantêm unidos seus quadros díspares em torno de um ideário comum, mesmo que vago, de socialismo. Mas o PMDB se guia, única e exclusivamente, por cargos e verbas. O "ideal" que une o partido é ter suas raposas nos mais diversos galinheiros. Ora, um partido assim não pode ter um pensamento, um ideário, um programa. Se quiser determinar um, explode em cacos para todos os lados. Ninguém ali está interessado em teses ou compromissos nacionais, mas em garantir sua fatia no bolo.

É assim que o partido se comporta internamente.

É assim que conversa com outros partidos e políticos que quer trazer para o seu jogo. É assim que se conduz diante da mídia, tentando cooptar, a qualquer preço, quem dispõe de meios para se dirigir ao grande público. Vejam os exemplos disponíveis aí na Bahia. Já diante de quem está no poder, a moeda de troca do PMDB é poderosa: o número de quadros de que dispõe em câmaras, assembleias e no Congresso, garantia de "governabilidade".

E esta é a base da podridão do atual sistema político brasileiro.

Diante do eleitorado, claro, encenando o teatro mais sujo da política, o partido faz de conta que é partido - vestindo a capa e afivelando a máscara da defesa dos interesses nacionais e das aspirações populares. Quem quiser que conte outra... As reais motivações do partido estão anos-luz distantes de qualquer coisa que se pareça com interesse nacional ou desejos e necessidades da população.

Mas, para encenar a farsa, fazer seu próprio teatro do absurdo, o partido precisa de alguma ferramenta. Daí essa história de fazer um programa de governo. Sem quadros capazes de elaborar qualquer coisa algo consistente, todavia, o PMDB se viu obrigado ao vexame de terceirizar a formulação do "seu" programa.

Ainda Barros e Silva: "Como o partido, à medida que engordou, perdeu sua massa crítica (e encefálica), teve que recorrer a um serviço de ‘sábios delivery' para pensar o país.

E nada sintetiza melhor o fundo farsesco desse esforço programático do que a presença de Roberto Mangabeira Unger entre os neopeemedebistas pensantes. Mangabeira - diga-se logo - é um intelectual de grande envergadura, criado no ambiente da esquerda liberal norte-americana. Mas suas ideias, embora originais, foram sendo tragadas pelo ridículo de suas incursões desastradas na vida política - uma mistura de voluntarismo ingênuo com oportunismo feroz".

É com tristeza que tenho de concordar. Conheci, fascinado, as ideias originais de Mangabeira para o Brasil e o mundo. É um pensador respeitado internacionalmente. Mas sua prática política é um desastre. E Mangabeira virou então esse misto estapafúrdio de motivo de orgulho intelectual para todos nós - e motivo de vergonha política, também para todos nós. Ele também quer o poder pelo poder, ainda que não para encher o bolso de dinheiro. Mas virou mero anão amador, usado pelos altos profissionais do partido de programa.

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