Dilma na ONU repreende China e EUA e reconhece Palestina por Paulo Henrique Amorim |
Cidadania | |||
Qua, 21 de Setembro de 2011 09:54 | |||
A Presidenta Dilma Rousseff esteve segura e assertiva ao abrir a Assembléia da ONU.
Como mulher que sofreu tortura no cárcere, disse ela, se sentia como representante de todas as mulheres do mundo.
A Presidenta Dilma Rousseff esteve segura e assertiva ao abrir a Assembléia da ONU. Como mulher que sofreu tortura no cárcere, disse ela, se sentia como representante de todas as mulheres do mundo. Assim ela encerrou sua exposição sob aplausos. Com a autoridade de quem incorporou 42 milhões de brasileiros à classe media e, breve, erradicará a pobreza. Porém, surpreendente foi a forma categórica com que ela advertiu a China e os Estados Unidos com suas políticas de manipulação do câmbio. A China, com o câmbio fixo, e os EUA com a inundação de dólares para salvar as exportações. Dilma falou com a autoridade de um país que tem uma política econômica com credibilidade. E exigiu que os países ricos se concentrassem no problema mais urgente: a dívida soberana dos países europeus. E uma regulação - que os EUA ainda não refizeram - do sistema financeiro, "fonte inesgotável de instabilidade". Dilma não tem meias palavras. Os brasileiros já sabem disso. Ela, se precisar, chuta a canela do adversário. E assim fez hoje, com a naturalidade de quem sabia se deslocar de um ponto a outro do teleprompter. Os países superavitários, como o Brasil e a China, tem que se proteger da crise com a valorização de seu mercado interno. O Brasil fez a sua parte, ela disse. Conteve gastos e gerou um vultoso superávit em suas contas fiscais. O que garante, portanto, disse ela, os programas sociais (como o Bolsa Família) e os investimentos (PAC). Fortalecer o mercado interno com distribuição e inovação ! Ela lembrou que há 18 anos a ONU estuda a reforma de seu Conselho de Segurança. E o Brasil quer um assento permanente. Há 140 anos está em paz com os vizinhos. Está inscrito na Constituição que não pode ter bomba atômica. O Brasil, portanto, é um agente da paz, uma Nação em que judeus e palestinos vivem em harmonia. Por isso, o Brasil quer que a Palestina esteja plenamente representada na ONU, como um Estado soberano, com as fronteiras definidas em 1967. É a melhor forma de Israel garantir a paz, disse ela. Foi o discurso de uma Presidenta forte de um país forte. Em tempo: lamentavelmente, em seguida, Obama expressou o sentimento do lobby israelense nos EUA e discordou da plena integração imediata do Estado da Palestina na ONU. A História não lhe reserva um lugar de honra. Paulo Henrique Amorim Artigo publicado originalmente em www.conversaafiada.com.br
|
|||
Última atualização em Qua, 21 de Setembro de 2011 09:56 |
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |