Moro Bola Nossa. Por Geraldo Elísio |
Dando o que Falar | |||
Qua, 22 de Março de 2017 00:52 | |||
Na Capital das Minas Gerais, tempos passados existiu um juiz de futebol aficionado pelo Clube Atlético Mineiro. De tão apaixonado pelo Galo, certa vez ao definir de quem era a cobrança de um lateral durante um clássico Cruzeiro e Atlético pré-Mineirão, referindo-se a um jogador que segurava a bola ele disse: - Me dá aqui... A bola é nossa – E passou a redonda às mãos de um jogador atleticano. A Cidinho, o apelido do juiz foi acrescentado o “Bola Nossa”, Cidinho Bola Nossa virou lenda na história do futebol mineiro. Saiba Vossa Excelência que o Meritíssimo, quando se trata de delitos tucanos está sendo chamado de “Moro Bola Nossa”. ?Cidinho Bola Nossa, ao centro, sorteia a moeda
Em futebol a partidarização de um arbitro não é correta, porém quando se trata de um Juiz de Primeira Instância Federal de Vara Civil o foro é outro, bem como as consequências. A atitude do Senhor Juiz que mais pareceu a de um “bandeirinha” em alto estilo no Maracanã contra o blogueiro Eduardo Guimarães, fundador do site Blog da Cidadania, ordenando a prisão coercitiva dele para tentar saber quais são as fontes do colega militante nas redes sociais é um tapa no rosto da democracia, da liberdade de imprensa e de expressão.
Um juiz que desconhece um princípio tão elementar do sigilo da fonte, garantido pela Constituição, deveria imediatamente ser rebaixado à condição de gandula. Por isso o jornalista e publicitário Marco Aurélio Carone, Geraldo Elísio Machado Lopes e eu, estamos aqui a protestar de público e nos solidarizando com o Eduardo Guimarães. Foi ridículo e pífio o argumento de que ele não é jornalista, portanto não sendo protegido pela Constituição. E a liberdade de expressão onde fica? Em sua filosofia empírica o povo diz: “Diz-me com quem andas que direi quem tu és!” Além do mais nesta república de bananas onde vivemos o diploma de jornalismo foi jogado no lixo pelo Judiciário e inexistem Leis claras regulamentando a matéria. O jornalista e publicitário Marcos Aurelio Carone foi preso sem nenhuma culpa formada e assim passou nove meses na prisão, os três últimos meses em cela de isolamento total, somente sendo libertado depois das eleições vencidas pela presidente legitima Dilma Rousseff. Tudo a mando deste pivete de rosto tarjado que anda dando sopa aí pelas redes sociais, o seu amigo Aécio Neves e a irmã dele, Andrea Neves. Dize-me com quem andas... Da mesma forma como com uma ordem judicial eu tive a minha residência invadida, meus equipamentos eletrônicos apreendidos e até hoje não devolvidos, tudo porque o “Mineirinho” e “Dedéia Mãos de Tesoura” queriam saber quais eram as nossas fontes, que nunca dissemos quais. Para nossa alegria vimos todas as verdades que dizíamos estampadas em jornais do mundo inteiro e tramitando em processos na PGR, no Supremo Tribunal Federal – STF – e aí na Vara de Guantánamo, em Curitiba. Sei que é bem provável que Vossa Excelência não vá gostar do meu texto, mas do alto dos meus 75 anos tenho 56 da prática de jornalismo investigativo, nunca fui acusado de favorecer o Banestado e nem trabalhar com e em função de interesses estrangeiros, além de ter um Prêmio Esso Regional de Jornalismo denunciando torturas praticadas contra um operário em 1977, quando ainda vigia o temível AI-5. Mas ditadura é ditadura e todos os argumentos, por mais sérios e lógicos que possam ser podem cair por terra. Pouco antes de redigir ouvi a musa da Jovem Guarda, Wanderleia, cantar uma música em que em determinado momento ela diz: (...) Senhor juiz / pare agora (...). Acredito ser um boa sugestão de quem como eu, não tendo partido político por ser um anarquista filosófico (contraditório é verdade por ser um nacionalista), não querer ver o Senhor togado ao julgar casos similares escorregar na grama e dizer para os petistas: “Por favor, a bola é nossa..." Artigo publicado originalmente em http://carcara-ivab.blogspot.com.br/2017/03/moro-bola-nossa.html?m=1
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Última atualização em Qua, 22 de Março de 2017 01:03 |
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