A mais nova investida da Folha contra os sites progressistas. Por Paulo Nogueira |
Dando o que Falar | |||
Dom, 26 de Março de 2017 16:31 | |||
A mídia continua sua louca cavalgada contra os sites progressistas. Por trás dos ataques está uma saudade imensa dos dias em que apenas a opinião dos donos da mídia era veiculada — e imposta aos brasileiros. Com escassos recursos, os sites progressistas romperam o monopólio dos barões. Os precursores da essencial voz alternativa à gritaria conservadora de jornais e revistas foram Nassif e Paulo Henrique Amorim. (No meio impresso, o pioneirismo foi de Mino Carta.) Um exemplo da perseguição aos blogueiros está numa enquete que a Folha promoveu em sua página no Facebook sobre o caso Guimarães. O pretexto era colher a opinião dos leitores sobre a condução coercitiva de Guimarães. Mas o real intento era atacar os sites progressistas como um todo. Para ilustrar a enquete, a Folha destacou um trecho de um texto de seu colunista Demetrio Magnolli. “Guimarães é uma das tantas vozes que, organizadas em matilha e muitas vezes financiadas pelo dinheiro fácil das estatais, consagraram-se à difamação sistemática dos críticos do lulopetismo. Nada, porém, autoriza uma perseguição policial amparada em pretextos.” A palavra matilha dá o tom do incômodo que os sites progressistas — ou de esquerda, ou centro esquerda — provocam na Folha e em Magnolli. Se fôssemos simplificar e retrucar, poderíamos dizer que a grande mídia e seus colunistas amestrados — amplamente beneficiados com o dinheiro fácil da publicidade federal — propagam em matilha uma implacável caça aos valores e às pessoas que representam uma visão de mundo mais igualitária e menos reacionária. É curioso que até dinheiro de propaganda federal seja invocada por Magnolli. Apenas a Rede Globo, nos anos de PT no poder, levou 8 bilhões de reais em publicidade federal. Jamais vi um único anúncio no Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães. Outros sites progressistas, entre eles o DCM, jamais receberam publicidade federal à altura de sua audiência. Foram sempre migalhas — e não estou falando em sentido figurativo — comparadas às multimilionárias verbas da grande mídia. Várias vezes o DCM defendeu um corte de gastos na propaganda governamental. Estávamos inspirados nos países mais avançados, onde o governo só anuncia coisas de claro interesse público. Nunca a imprensa — tão ciosa (aspas) dos gastos elevados do governo — tocou na questão dos bilhões torrados com ela em publicidade feita com o dinheiro do contribuinte. Mesmo assim, a Folha e Magnolli se sentem autorizados a falar no “dinheiro fácil” das estatais para atacar as vozes alternativas. Os barões da mídia e propostos são tomados, na verdade, por uma invencível nostalgia da era em que só eles falavam. A imprensa brasileira não suporta concorrência na disputa por corações e mentes — e nem em nada, a rigor. Basta ver que ainda hoje ela é beneficiada com reserva de mercado — a despeito de seus intermináveis e maçantes discursos pela livre concorrência. Este é o ponto central do ataque a Eduardo Guimarães e demais sites progressistas: a ojeriza à competição. Artigo publicado originalmente em http://www.diariodocentrodomundo.com.br/155684-2/
|
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |