LULA, O GRANDE VENCEDOR por Juremir Machado da Silva |
Dando o que Falar | |||
Sex, 26 de Abril de 2013 15:11 | |||
Minha admiração por vencedores não tem tamanho. Em todas as áreas. Admiro principalmente os que vencem pelas próprias forças contra tudo e todos. Minha admiração por Dunga é incomensurável. Por Felipão também. Já critiquei o atual treinador da Seleção, mas sem perder a admiração. Dunga e Felipão parecem sempre mal-humorados. No caso deles, é qualidade. Vem da sinceridade à flor da pele. Admirei um vencedor até as últimas consequências: o escritor argentino Jorge Luís Borges, que ficou cego. Admiro o mulato Machado de Assis, que se tornou nosso maior escritor. Enfim, admiro os que arrombam a festa. Admiro Roberto Carlos, Caetano Veloso e Chico Buarque. Aprendi a admirar o maior vencedor do Brasil contemporâneo: Lula. É para matar de raiva os preconceituosos que o chamam de analfabeto e para fazer explodir de inveja os elitistas. Tenho minhas decepções com Lula e com muitos daqueles que admiro, mas isso não anula o essencial: as razões para continuar admirando. Jamais gostei das alianças de Lula e acho que em alguns momentos ele foi Lulla. Mas que fera política, que inteligência superior, capaz de, independentemente de educação formal, colocá-lo acima dos seus concorrentes num “mercado” altamente competitivo. Saber escrever é muito mais do que dominar regras de gramática. Saber escrever é ter o que dizer e ter um jeito próprio de fazer isso. Lula é possivelmente o maior comunicador da história do Brasil. Um monstro. Este Brasil teve na sua história três grandes políticos: Getúlio Vargas, João Goulart e Lula. O primeiro, por mudar o Brasil, saiu morto do palácio. O segundo, por colocar o país em risco de uma melhora substancial, especialmente no campo, foi derrubado, enxovalhado e transformado em homem fraco. O terceiro veio do nada e nada temeu: impôs-se como um revolucionário reformista, aceitou jogar o jogo até quando as cartas se embaralham, não morreu, não caiu, fez sua sucessora e agora vai mostrar suas ideias ao mundo nas páginas do The New York Times. É mole? É simulação? É coisa para quem tem bala na agulha, farinha no saco e fala outra linguagem, não a dos bacharéis, mas a dos transformadores do mundo. Estou tendo um acesso de lulismo? É uma confissão de petismo? Nada disso. Apenas uma maneira de mostrar o quanto admiro os que vencem pelo talento. Poderia dizer o mesmo do conservador Charles de Gaulle. Ou até da recém-falecida Margaret Thatcher. O talento de uns melhora o mundo, o de outros piora. Artigo publicado originalmente em http://www.correiodopovo.com.br/
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