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"ocupação casamendoeira" abre dia 07 de julho exposição "antes da casa, a árvore"
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Seg, 03 de Julho de 2023 00:14

Alana_BarboApós uma residência artística com Alana Babo, Aline Brune, Carol Maré e JeisiEkê de Lundu, ocorrida nos cômodos, raízes, frutos e memórias da casamendoeira, no Povoado do Cruzeiro, casa-ateliê-livro da artista-etc Deisiane Barbosa, será aberta no dia 07 de julho a exposição "antes da casa, a árvore", a partir das 14h. A exposição irá reunir trabalhos em diversos suportes e materialidades - instalação, pintura, escultura e arte digital - desenvolvidos pelas quatro artistas citadas acima, vindas de diferentes regiões do território baiano.

 

"antes da casa, a árvore" estará aberta para visitações até 15 de setembro e contará com um programa educativo, com mediações e ativações, para que estudantes secundaristas e moradores das cidades circunvizinhas possam visitá-la. Importante destacar que, a casamendoeira estará  sempre aberta às quartas e quintas-feiras, entre 13h e 17h, para visitação, que ocorrerá com agendamento prévio através do email  Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.


As obras foram criadas durante a residência artística, ocorrida em maio de 2023 e que contou com interlocução de artistas convidadas - Tina Melo (artista visual e performer), Rebeca Carapiá (artista e educadora), Luciane Ramos (artista da dança e antropóloga) e Ani Ganzala (artista visual). Houve também um acompanhamento curatorial, programa artístico pedagógico, e claro, o olhar atento de Dona Norma, matriarca da casamendoeira.


As obras de Alana, Aline, Carol e JeisiEkê são interseção de técnicas, vivências e experiências, entre elas e entre o território do Povoado do Cruzeiro. "Por isso, o título da exposição é 'antes da casa, a árvore'. As obras são uma confluência da história de cada artista com a casamendoeira. Expressões artísticas feitas a partir de memórias individuais e coletivas, do compartilhar das experiências e vivências, memórias que compõem casa, quintal, colo e quilombo", descreve a curadora Anna Luisa Oliveira, museóloga, doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos, coordenadora de educação e colaboradora na curadoria do Galpão Bela Maré/Observatório de Favelas.


Artistas e obras

Baiana, sotero-misturada - nasceu em Salvador e viveu oito anos em Cachoeira - Aline Brune é artista visual, atriz, mãe e atualmente cursa o Doutorado na EBA-UFBA. Na exposição 'antes da casa, a árvore ', Aline Brune irá expor os trabalhos: “antes de ver a imagem, acordei no eco dos seu sorriso com covinhas” (díptico de pinturas e colagem sobre fotografia); “notas de rodapé afetivos” (díptico de pinturas sobre fotografia) e dois livros de paredes: “livro 1: paredes da casa de vó, CORAGEM” (páginas de cimento, com parafuso e voal) e “livro 2: paredes da casamendoeira, SEIVA” (páginas de cimento e adobe).


Obras que surgem de uma pesquisa artística potencializada durante a residência, uma pesquisa em livros de paredes - "que reconhecem as paredes da casa de vó como recursos das memórias de vida e morte, tudo presente no cruzamento de sonho e memória" -,  técnicas de pintura sobre impressões fotográficas, bordado e escrita. Estudos e práticas se atravessaram, atendendo às demandas do tanto de coisa acessada, refletida, sentida, vivida.


Aline Brune fez da residência a água ancestral que vem do ouro Paraguassu, rio este que alimenta as memórias-terra do Recôncavo Baiano. "Fiz cimento com o material colhido de lá, experimentei páginas de terra (já que as paredes mais antigas da casa são de adobe), pintei o sonho mais bonito que tive sob aquele telhado. Tempo pra chorar e para rir em situações inusitadas, desenhos, pinturas, colheitas, trabalhos tão íntimos quanto coletivos, entre oralidades, escritas, imagens e gestos", rememora.


A artista visual Carol Maré, quilombola - que mora em Santiago do Iguape (Cachoeira), de onde constrói sua continuidade ancestral - apresenta dois trabalhos para compor a exposição da casamendoeira: a pintura em tinta acrílica sobre tela, intitulada “O Arco do Tempo é a cumeeira da Casa” e a escultura em argila “Pilar de memórias e heranças de fundamento”. Sua produção gira em torno da ancestralidade, cotidiano de sua comunidade, Candomblé e afetos entre mulheres.


"As personagens que estão representadas nas obras são os mais velhos do Povoado do Cruzeiro, que se encontram em práticas tradicionais das minhas referências do Iguape. Similaridades com o que se cultiva na terra, a arquitetura da construção das casas do “pau-a-pique” ao “adobe”, barro-matéria-prima da qual também construo minhas esculturas. Do pilar de amendoim ao dendê, da espiritualidade que habita as matas e as águas do recôncavo".


Já Alana Barbo - artista transdisciplinar, mãe de duas crianças, natural dos sertões de Feira de Santana, hoje residente na zona rural de Ilhéus - comenta que a casamendoeira "é uma casa de raízes imensas. Cavucar suas memórias, escutar os tempos passados cruzando com esse agora, me fez me sentir muito pertencida e a vontade pra expressar o que eu levei comigo e pra ser afetada por toda a experiência".


Na exposição, Alana Barbo irá apresentar duas instalações: "semente como oráculo" e "anunciação", trazendo narrativas que adentram as culturas da terra, suas memórias, fecundidades e mistérios, uma investigação que interage ecologia, ancestralidade e tradição.


A quarta artista é a JeisiEkê de Lundu, nascida na encruzilhada entre Bahia e Minas Gerais, vive a interseccionalidade das artes, um trânsito entre performance, escultura, filmes, escritos, costura, desenhos de figurinos e maquiagens. Para ela, a ocupação proporcionou que as artistas pudessem afetar o trabalho uma da outra, encontrar semelhanças e distâncias.


"Fomos acolhidas com comida quente, cama macia e escuta afetiva das questões que levantamos. Foi uma vivência, em que, afetada pela história da casa, consegui trabalhar a terra, a memória, a criação e a tabulação, através da pintura em papel, com pigmentos criados com material coletado na própria casa", conta JeisiEkê de Lundu, que apresenta na exposição a instalação "Derramei minhas fábulas em seiva de terra com meus olhos d'água", reunindo desenhos e esculturas sobre o encontro da casamendoeira e a casa de sua infância nos olhos d'água.


casamendoeira

A idealizadora do projeto, Deisiane Barbosa, vem articulando a "ocupação casamendoeira" desde o início da pandemia de Covid-19, abril de 2020, até mesmo antes. Declara que a Exposição traz materialidades diversas, resultados de uma vivência das quatro artistas com a casa, que antes de tudo é árvore, quintal, terra, memória. Trata-se da ativação de um sonho por meio da partilha do íntimo dos seus devaneios, somado a outros imaginários.


"Abrir portas para esse ritual da criação colaborativa foi o que precisava para materializar essa casateliê, que é um livro, o qual se quer desobrigado da página em papel, pois está inscrito em suas paredes e demais espaços. Foi muito provocativo para mim, pessoa que também cria com palavras e imagens, dialogar com quatro artistas múltiplas, conhecendo suas poéticas, referenciais, memórias e também seus sonhos. Cada uma delas esteve dedicada aos processos individuais, mas integraram muitos momentos de trocas, conversas sobre avós, casas, lugares, invenções e realidades diversas", enfatiza.


Deisiane conta que, a partir deste projeto, a casamendoeira se torna o primeiro espaço cultural dedicado às artes presente em área rural do município de Conceição da Feira, impactando toda a região do entorno. “Queremos que a casa se torne um ponto de cultura, propondo ações de arte educação para o território do Recôncavo Baiano, bem como um ateliê aberto para vivências artísticas e seus diversos segmentos”, pontua.


Casa de Dona Norma

O espaço fica localizado no Povoado do Cruzeiro, zona rural de Conceição da Feira - BA. Uma construção de 1967, feita em adobe, abrigou uma família com cinco filhos e filhas, nove netos e netas, hoje é residência da artista Deisiane Barbosa e ateliê da andarilha edições (em atividade desde 2019). “casamendoeira” também dá título ao livro feito de memórias assopradas por uma casa arborizando, à beira da ruína, narrando a configuração daquele lugar, desde a retomada do terreno, ao seu processo de reflorestamento.


O projeto “ocupação casamendoeira” foi contemplado pelo Edital Setorial de Artes Visuais 2019 e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.


Serviço

O Quê: Exposição "antes da casa, a árvore", na "ocupação casamendoeira"

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Endereço: Povoado do Cruzeiro, s/n, zona rural, Conceição da Feira – BA.


Como chegar:


Partindo de Salvador via Santo Amaro da Purificação:

Siga a BA-526, BR-324 e BR-420 até Belém da Cachoeira BA-502. Siga até a entrada do Povoado do Cruzeiro. A casamendoeira fica no sentido reto após a Escola Municipal Firmino Dias, cerca de 1,5 km de distância.


Partindo de Salvador Via Conceição da Feira:

Siga a BR-324 e BR-101 até a BA-502 em Conceição da Feira. Siga a BA-502 até a entrada do Povoado do Cruzeiro. A casamendoeira fica no sentido reto após a Escola Municipal Firmino Dias, cerca de 1,5 km de distância.


Partindo de Cachoeira:

Siga na direção norte na BR-420 em direção à Praça Aristons Mascarenhas. Curva acentuada à esquerda em direção à BA-502. Continue para BA-502 até a entrada do Povoado do Cruzeiro. A casamendoeira fica no sentido reto após a Escola Municipal Firmino Dias, cerca de 1,5 km de distância.


Importante: Em Cachoeira no Ponto do Mercado Municipal existem transportes alternativos que fazem a linha Cachoeira x Entrada do Povoado do Cruzeiro.

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Última atualização em Seg, 03 de Julho de 2023 05:19
 

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