SBU-BA anuncia ações do Novembro Azul 2018 |
Ter, 30 de Outubro de 2018 05:41 | |||
A campanha Novembro Azul 2018 em Salvador será marcada por uma série de atividades realizadas ou apoiadas pela Sociedade Brasileira de Urologia – Bahia. Além de um “Mutirão da Próstata” no bairro de Piatã e de atividades de conscientização no Shopping Barra, estão previstas para o próximo mês a exibição de faixas nos estádios nos intervalos dos jogos de Bahia e Vitória ; a distribuição de materiais como folders, camisas e garrafas temáticos e o apoio à realização de palestras e ações desenvolvidas por clínicas de urologia da capital baiana. O anúncio foi feito pelo presidente da SBU-BA, Ubirajara Barroso, durante o III Simpósio de Uro-oncologia da Bahia, promovido pela SBU em parceria com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – Bahia (SBOC-BA) nos dias 26 e 27 de outubro. Com o tema “Seja Herói de sua Saúde”, a campanha terá como objetivos alertar os homens sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata e a importância de cuidar da saúde como um todo. O mutirão da próstata anunciado pela SBU-BA será realizado no dia 10 de novembro das 7h às 13h no Ambulatório Médico-odontológico Eurípedes Barsanulfo – AMES, na sede da Fundação Lar Harmonia, em Piatã (Rua Deputado Paulo Jackson, 560), onde serão distribuídas 240 senhas para atendimento. As orientações para os interessados, que devem apresentar o cartão do SUS e RG no local, incluem jejum de duas horas e abstinência sexual de dois dias. Os casos suspeitos serão encaminhados ao Centro Estadual de Oncologia (CICAN) para biópsia e os casos confirmados de câncer localizado de próstata serão encaminhados ao Hospital das Clínicas (UFBA) para tratamento. Descuido - “Infelizmente, homens ainda deixam muito a desejar quando o assunto é cuidar da saúde. As razões para isso são inúmeras, mas algumas das mais conhecidas são o medo de demonstrar fragilidade, os sentimentos de superioridade, independência e dominância e a supressão das emoções”, listou o urologista Ubirajara Barroso. Ao dizer isso, o presidente da SBU-BA chamou a atenção para diversos problemas urológicos que acometem os homens, tais como disfunção erétil, ejaculação rápida, varicocele, fimose e incontinência urinária, entre outras. “O risco de depressão para quem tem disfunção erétil é 2,92 maior em relação a quem não apresenta o problema que, por sua vez, está ligado a fatores como hipertensão, diabetes, doenças coronarianas, obesidade, vasculopatias e ansiedade”, destacou. Câncer de próstata - Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais comum entre os homens em todas as regiões do Brasil. Outros dados relacionados à doença apresentadas pelo presidente da SBU-BA durante o Simpósio de Uro-oncologia da Bahia chamaram a atenção dos mais de 200 participantes inscritos no evento. “A cada sete minutos um homem é diagnosticado com câncer de próstata e a cada 40 minutos uma pessoa morre pela doença. Cerca de 25% dos portadores da doença morrem em virtude dela e 20% dos pacientes são diagnosticados em estágios avançados do tumor. Quando os sintomas começam a aparecer, 95% os casos já estão em fase adiantada. As chances de cura são de 90% para os casos em que a doença é diagnosticada precocemente”, destacou Ubirajara Barroso Jr. Dentre os fatores de risco para o câncer de próstata, estão o avanço da idade e o histórico familiar em primeiro grau (pai, irmãos ou filhos). Alguns tumores na próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma lenta (cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) e não chega a dar sinais durante a vida do homem. “Mesmo assim, nosso papel é alertar a população e, em especial, os homens, sobre a importância das consultas médicas e exames regulares, sobretudo a partir dos 40 nos de idade. A campanha ‘Novembro Azul’ é uma excelente oportunidade para isso”, destacou o presidente da SBOC-BA, Fernando Nunes. Novidades – Os avanços no tratamento do câncer de próstata foi um dos eixos centrais das discussões do III Simpósio de Uro-oncologia da Bahia. As mais recentes técnicas e os mais novos medicamentos apresentados durante o evento buscam reduzir os riscos de complicações, aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A crioablação, a radiofrequência e a cirurgia robótica ilustram alguns desses avanços que, “infelizmente ainda não estão disponíveis na Bahia, nem para os pacientes de convênios e muito menos para os do SUS”, disse Fernando Nunes. Além desses, um outro tipo de tratamento inovador para o câncer de próstata, o ultrassom focado de alta intensidade, também não chegou ao estado. “Este aparelho, que consegue destruir pequenos tumores sem cortes, evita comorbidades como impotência sexual e incontinência urinária, que costumam acometer pacientes oncológicos tratados por meio de cirurgia convencional”, pontuou o presidente da SBOC-BA. Os avanços da cirurgia robótica minimamente invasiva, seus benefícios e limites, também foram discutidos no III Simpósio de Uro-oncologia da Bahia. “A Bahia vai receber a primeira plataforma robótica em 2019. No Brasil, esta tecnologia tem sido utilizada no eixo Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. No Nordeste, cirurgias robóticas já são realizadas em Fortaleza e Recife”, contou o diretor da SBU-BA, Augusto Modesto. Outro assunto que esteve na pauta do encontro organizado pela SBU-BA e SBOC-BA foi a vigilância ativa, estratégia utilizada na Europa, no Canadá e nos Estamos Unidos quando o risco para pacientes acometidos de câncer de próstata é classificado como baixo ou baixíssimo. Neste caso, o paciente é inserido em um protocolo restrito que inclui revisões a cada três meses (toque retal e dosagem de PSA), além de biópsias anuais e ressonâncias multiparamétricas, formas diagnósticas que agregam um amplo arsenal de diagnóstico de câncer e de planejamento cirúrgico. “Este método, que tem sido a primeira escolha dos pacientes nos países onde ele já foi implementado, apresenta como principal vantagem a ausência de morbidade no tratamento. Contudo, se o tumor avança, o paciente é retirado do protocolo e recebe o encaminhamento adequado para os diversos tipos de tratamentos existentes”, detalhou Modesto.
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