As ações de assistência à população contra a Covid 19 estão sendo intensificadas pelo Governo do Estado, chegando a diversos territórios baianos. Numa parceria entre a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e Secretaria do Planejamento (Seplan), 150 mil máscaras de proteção são distribuídas em comunidades quilombolas, indígenas, de terreiros, fundos e fechos de pasto, geraizeiros, dentre outros segmentos, além de setores profissionais e comunidades negras da capital baiana.

“Trata-se de uma importante iniciativa que integra o conjunto de ações do Governo do Estado para este período em que percebemos o agravamento de diversos problemas sociais e vulnerabilidades junto à população negra e aos segmentos tradicionais, consequentes do racismo estrutural” pontuou a titular da Sepromi, Fabya Reis. A Sepromi também tem feito articulações institucionais e parcerias com órgãos estratégicos, a exemplo da Secretaria da Educação (SEC) para execução do vale-alimentação a estudantes quilombolas e indígenas.

A yalorixá Jaciara Ribeiro, do terreiro Abassá de Ogum, em Salvador, ressalta que as comunidades têm vivido momentos difíceis. “Ações como esta são de grande importância, um grande passo de mudança de hábitos e cuidado. Distribuir as máscaras nos nossos espaços e nas ruas tem sido fundamental. Muitas pessoas não têm condições financeiras de adquirir estes produtos, itens que vão proteger famílias inteiras”, afirmou.

De acordo com a Ana Placidino, da Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (Acbantu), a entrega dos produtos fortalece as atividades de prevenção à Covid 19 e anima redes de solidariedade. “As máscaras simbolizam o cuidado constante com a vida dos povos e comunidades tradicionais da Bahia. Além desta doação, a Sepromi também elaborou material especifico que vem nos ajudando na construção de nossos protocolos comunitários de prevenção” enfatizou Placidino, ao se referir à campanha de orientação sobre os cuidados de higiene e isolamento social, contando com vídeos, cartilha, carros de som e peças de internet.

Rita Santos, coordenadora nacional da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (Abam), destacou que as medidas contribuem para a superação da crise vivida pela população. “Neste momento em que as baianas passam, sem dúvidas, por grandes dificuldades, esta ação chegou em boa hora, material que está atendendo nossas profissionais de Salvador, Lauro de Freiras, Feira de Santana e Itaparica”, informou.

Articulação em rede

As iniciativas desenvolvidas pela Sepromi acontecem em diálogo com organizações representativas do movimento negro, dos povos e comunidades tradicionais e, ainda, prefeituras municipais. Dentre as instâncias parcerias estão Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) e Fórum de Gestores Municipais de Igualdade Racial.

Estão sendo mobilizadas associações, cooperativas, redes de cooperação e articulação. Ao todo são cerca de 600 organizações ligadas aos segmentos da população negra, dos povos e comunidades tradicionais com atuação na Bahia.

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