A mandata coletiva Pretas por Salvador, composta pelas co-vereadoras Cleide Coutinho, Gleide Davis e Laina Crisóstomo sofreu uma tentativa de silenciamento por alguns representantes da bancada no governo já na primeira sessão da Câmara Municipal de Salvador, neste sábado (02), e recebeu o apoio de vereadores da bancada de oposição.

O movimento começou quando as Pretas votaram pela abstenção no pleito que reelegeu Geraldo Junior (MDB) para presidente da Câmara. Elas foram as únicas a se abster e por lei tinham direito de fala, que foi atropelada no momento da votação. Por isso, foi preciso pedir direito à palavra, que foi concedido à co-vereadora Laina.

“As Pretas se abstém porque a gente não enxerga aqui, na representação escolhida e nas alianças feitas, a política que nós acreditamos e queremos construir. É importante dizer isso porque, apesar de haver um debate sobre a diversidade, a gente precisa entender que não dá para ter mulheres apenas como suplentes. A gente precisa que as mulheres estejam também na titularidade dos espaços. A gente não quer mais ser cota ou parte de um processo de ocupação de poder para dizer que tem mulher ou para dizer que tem negro, que tem LGBTQIA+. A gente quer estar nos espaços em que possamos, de fato, decidir, ocupar, ter voz, ter voto e ter poder de assinar os cheques que vão garantir um orçamento digno para essa cidade, pensando nela para as pessoas”, explicou Laina.

Após o manifesto, alguns representantes do DEM e PSD questionaram a legitimidade da mandata coletiva na Câmara – mesmo que As Pretas já possuam reconhecimento pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). Vereadores da bancada de oposição como Augusto Vasconcelos (PCdoB), Maria Marighela (PT), Marta (PT), Silvio Humberto (PSB) e Hélio Ferreira (PCdoB) pediram palavra e defenderam a legitimidade da mandata, o que trouxe à plenária um debate importante sobre a nova forma coletiva de fazer política.

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