Com a proposta de refletir sobre a presença negra na Computação, o grupo Negras e Negros na Computação (NNC) lança no dia 19 de fevereiro o documentário “Eu [Não] Sou da Computação”. O lançamento integra o sexto Fórum Interdisciplinar sobre Formação Docente com Tecnologias, que tem o apoio da Pró-Reitoria de Extensão da UFBA, Fundação Itaú Social, Fundação Carlos Chagas, CNPq e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Criado em 2016 com intuito de fomentar investigações científicas associadas à prática, de modo a favorecer o diálogo com a sociedade, o NNC analisa a presença e os desafios de permanência e da construção profissional de pessoas negras na Computação. “O NNC ainda se configura como projeto de pesquisa, mas  já iniciamos sua articulação como um projeto de extensão associando nessa relação pesquisa e extensão. O NNC pode vir a se tornar um laboratório ou um núcleo”, explica Ecivaldo Matos, professor à frente do projeto.

Para Ecivaldo, a Ciência da Computação pode colaborar para uma educação antirracista e empoderadora.  “Entendo que esse documentário, pode se agregar a outros materiais e estratégias de formação, sobretudo escolar, no que diz respeito à promoção da percepção de caminhos possíveis pelas nossas jovens pessoas negras”, pontua.

Com o documentário, o NNC pretende seguir ampliando e promovendo o diálogo com pesquisadores, ativistas e lideranças comunitárias que visibilizam iniciativas de empoderamento negro nas tecnologias e computação.

“A obra se centra nas experiências de sete estudantes e um professor que narram como superaram os desafios de diferentes naturezas para se afirmar enquanto profissional da área, tendo como foco indicar caminhos para outros jovens negros interessados”,  conta  Ecivaldo.

As gravações do documentário iniciaram em Uberlândia e São Paulo, em 2018, e foram continuadas em Salvador, em 2019. A produção do filme conta com o apoio da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil da UFBA, Institute of International Education (IIE/EUA), Instituto de Matemática e Estatística da UFBA e o Programa de Ações Pedagógicas para Formação Docente em Computação.

Olhar plural

“Começamos a gravar esse trabalho em 2018, fomos atravessados por uma pandemia e todo esse contexto ofensivo para a educação. Este lançamento nos lembra que estamos vivos e pulsantes!”, afirma Mel Nascimento, mestranda em História na UFBA e integrante do NNC.

Para Mel, que também é a narradora do filme, atualmente, no Brasil, se vive um contexto de desvalorização de professores e da pesquisa e esta produção é uma renovação de forças. “É uma voz plural. É uma necessidade nossa enquanto um grupo de pesquisa preto, falar para além do nosso núcleo”, ressalta

Mel lembra que a produção do grupo contemplaria um produto textual, mas que foi considerada conjuntamente pelas possibilidades em que o audiovisual poderia ampliar. Para a integrante, a geração atual conta com as ciências e tecnologias como suporte de sua fala. “A partir das tecnologias hoje podemos verbalizar nossas dores, e além disso, temos também ferramentas de combate”, realça a integrante.

“O racismo é terrivelmente democrático e atravessa cada pessoa de uma forma que faz parecer comum. Quando, no grupo, compartilhamos dessas experiências desastrosas, sabíamos que estávamos falando de algo vivido por todas as pessoas do grupo. Essa mesma sincronia usamos como potência criativa para construir o filme”, examina a participante.

Na noite de lançamento, o público poderá acompanhar por live um roda de conversas com os protagonistas do filme e apresentações artísticas. Outras informações podem ser obtidas através do instagram do NNC (@nncufba) ou no site http://eunaosoudecomputacao.com/

SERVIÇO

Lançamento do documentário Eu [Não] Sou de Computação

QUANDO: 19 de fevereiro, às 18h

AONDE:  Live no canal do YouTube do NNC (Lançamento do documentário "Eu [Não] Sou de Computação" - NNC UFBA )

Gratuito

SINOPSE

O documentário “Eu [Não] Sou de Computação” aborda as soluções de permanência e de sucesso acadêmico e profissional de pessoas negras na área da Computação por meio de 07 histórias marcantes de jovens negras e negros que relatam suas vivências e apontam caminhos possíveis para lutar contra o racismo estrutural cotidiano, tecendo uma reflexão necessária e urgente de possibilidades para o futuro de jovens negras e negros.

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