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Nossos Baianos
FGV Usou concurso do BNB para atacar o Governo e a Copa por Geeraldo Galindo
Ter, 15 de Julho de 2014 01:12

Geraldo_GalindoO Banco do Nordeste do Brasil, instituição de fundamental importância para o desenvolvimento da região nordeste, cujo sócio predominantemente majoritário é o governo federal, realizou concurso público no dia 09 de Junho. 

A FGV Projetos, unidade de assessoria técnica da Fundação Getúlio Vargas que organiza concursos públicos para diversas empresas país afora,  foi a  contratada.

Em qualquer concurso sério, as provas não devem em hipótese alguma induzir o concursado a uma determinada posição política, a uma determinada ideologia - isso é básico, elementar. O debate político e ideológico cabe em outra esfera -  na disputa política na sociedade, nos meios de comunicação, no debate entre partidos e entidades da sociedade civil, nas eleições etc. Agora, utilizar-se de um concurso público para fazer proselitismo em favor de uma corrente política – no caso aqui a oposição aberta ao governo federal e ao PT –, não é somente grave, é um crime, uma provocação inaceitável sob todos os aspectos.  O episódio que cito neste momento, se fosse verificado em alguma prova com conteúdo em favor do PT ou do governo – o que também seria inaceitável -, provavelmente ganharia denúncia de repercussão nacional na nossa mídia monopolista e colonizada, mas como se tratou de uma propaganda em favor da direita brasileira, não foi objeto de comentários. Não devemos descartar até ter ter uma CPI pra investigar os responsáveis pela transgressão.

A prova para analista bancário  começa com um artigo de Carlos Heitor Cony -  farei comentários sobre sua biografia mais adiante – a respeito  do 1º de Maio deste ano, que serviria de base para a interpretação dos concursados na parte de gramática e conhecimentos gerais. Eis: “Este ano, a tônica foram as vaias que os camaradas deram às autoridades federais, estaduais e  municipais. Com os suculentos escândalos (mensalão, Petrobrás e outros menos cotados), as manifestações contra os 12 anos de PT, que começaram no ano passado, só não tiveram maior destaque porque a mídia deu preferência mais que merecida aos 20 anos da morte de nosso maior ídolo esportivo (Airton Sena). Sim, teremos uma Copa do Mundo pra exorcizar o gol de Alcides Gihia, na Copa de 1950, mas há presságios sinistros de grandes manifestações contra o governo e a FIFA, que de repente tornou-se a besta negra de nossa soberania.”

Em meio a milhares de belos textos de nossa rica literatura, inclusive do próprio autor,  por qual razão a FGV escolheu logo um discurso panfletário  de um escritor cujas preferências políticas ficam nítidas nesse extrato de texto acima?  Reparem que o autor, quando  enumera os escândalos, deixa claro que sua “moralidade” é seletiva, na medida em que “esquece”, ou melhor, omite deliberadamente outros,  ligados aos partidos que tem a mesma linha política dele. Um articulista sério, idôneo, se quer enumerar escândalos, porque não colocar, por exemplo, o do metrô de São Paulo ou os “mensalões” de Minas e do Distrito Federal? Ou seriam esses que ele cita de “outros menores”?   Um  concursado que se depare com um texto de um prestigiado membro da ABL, pode achar que seus escritos partem de premissas verdadeiras e que não há contaminação ideológica. Mas esse caso está carregado de ideologia. Cony afirma que as manifestações de junho são contra os 12 anos de PT – isso é apenas a opinião dele, no mínimo discutível. Lembremos que as manifestações começaram na cidade de São Paulo e a partir da violenta repressão comandada pelo governo do PSDB o movimento cresceu e se espalhou com bandeiras tão difusas quanto contraditórias, de grupos defendendo a volta da ditadura, pena de morte, fim da corrupção, prisão para mulheres que fazem aborto, contra o direito a união civil entre homossexuais,  por  mobilidade urbana etc. O jornalista quer fazer crer que as manifestações foram contra o PT -  repito,  uma opinião e um  direito dele. Agora, a FGV jogar a  tergiversação de um  inimigo do PT, da esquerda, dos avanços sociais conquistados pelo nosso povo como verdade  para os concursados é uma grande  irresponsabilidade.

Deixei para concluir esse artigo hoje (13/07) quando a Alemanha ganhou merecidamente a Copa do Brasil. Cony, no artigo citado, via “presságios sinistros de grandes manifestações contra o governo”,  previsão completamente desmoralizada pelos fatos. Ele deve estar ao lado neste momento  de gente como Reinaldo Azevedo, Demétrio Magnoli, Miriam Leitão, Eliane Catanhêde, Merval Pereira e outros abutres,   bastante feliz com o vexame da seleção brasileira e triste pelo sucesso da organização. Na verdade, a previsão sinistra dele e de seus pares  não passava de um desejo, pois assim como os partidos de oposição a quem presta valiosos serviços, ele achava que se a copa fosse obstruída por grandes manifestações e falhas na organização, seria o caminho mais fácil para a vitória das oposições na eleição. Os apagões aéreo e elétrico, o caos no trânsito, as grandes manifestações que impediriam os jogos ficaram apenas na vontade dos portadores da síndrome de subalternidade.

E o que os concursados do BNB tem a ver com a disputa eleitoral no país? Por que a FGV tentou contaminar ideologicamente trabalhadores que se esforçam para a conquista de um emprego com uma posição  sintonizada com as posições políticas de nossas elites brancas, racistas, machistas, homofóbicas, preconceituosas e corruptas? A FGV sabe que a principal base eleitoral do atual governo se concentra no nordeste. Essa inclinação  teria sido uma tentativa de atrair para as posições políticas dos organizadores da prova parte das pessoas que tem avaliação positiva da presidente Dilma?

E convenhamos, amigos e amigas, dizer que os meios de comunicação no Brasil tentaram ofuscar as denúncias de corrupção com a preferência à cobertura dos 20 anos da morte de Ayrton Sena é uma brutal agressão à inteligência  de  pessoas medianamente informadas. As denúncias de cunho moralista contra o governo são escancaradas diariamente pela nossa mídia colonizada e as contra os partidos com os quais Cony se afina são olimpicamente ignoradas. Nada será obstáculo para a permanente campanha de cunho udenista usada nesses últimos doze anos como a principal arma do consórcio oposicionista formado pelos grandes meios de comunicação e seus partidos tradicionais.

Alguém poderia dizer que  ao selecionar um texto de um renomado articulista, a  FGV não teria intenções de induzir o concursado a aceitar as posições políticas de quem malandramente organizou a prova. Mas após a análise feita pelos concursados das opiniões políticas de Cony, veio uma nova questão, que é uma comprovação cabal da má intenção de pelo menos  parte dos servidores da renomada instituição. Numa charge, um trabalhador segura um cartaz com o seguinte: “o trabalho enobrece o homem” e noutro um manifestante denuncia: “a corrupção, a inflação e os impostos o empobrecem”. Vejamos bem, não foi o Cony que fez a charge, essa foi colocada pela própria FGV. Reparemos que aqui há uma tentativa de jogar o concursado contra o PT, identificado com os trabalhadores e posto na questão anterior como o alvo das manifestações dos “camaradas”-  aqui uma chacota de Cony com aqueles que foram solidários com ele quando  perseguido pela ditadura que ele apoiou e diz ter se   arrependido. O cartaz que aborda a denúncia da corrupção, da inflação e dos impostos é exatamente o discurso do PSDB/DEM, de boa parte dos economistas da FGV – daqueles que  estão na elaboração do programa de governo de Aécio Neves e de estrelas do neoliberalismo brasileiro (governo FHC) que  vieram de lá, é bom lembrar.

Este ano será lembrado pelos 50 anos do golpe militar de 1964. Não seria este um tema interessante para ser avaliado num concurso público? Vejamos essa frase: “Não resta outra saída ao Senhor João Goulart senão entregar o governo ao seu legítimo sucessor. A nação, a democracia e a liberdade estão em perigo”. Bem, a frase citada é parte do editorial do Jornal Correio da Manhã em apoio ao golpe que assassinou, torturou e exilou milhares de Brasileiros. Segundo o jornalista, escritor e professor  da PUC-RS, Juremir Machado, que escreveu o livro “1964, golpe midiático civil militar” , o coautor dessa pérola é exatamente o autor do texto referência do concurso do Banco do Nordeste do Brasil. Cony, como diversos outros jornalistas e articulistas de nossa imprensa golpista, apoiou o golpe militar e depois se mostrou  arrependido – a maior parte não se arrepende. É verdade que se arrependeu –

inclusive passou a ser perseguido – mas passado um tempo, voltou a defender teses golpistas e reacionárias de  sua origem direitista.

A FGV poderia como alternativa ao texto apresentado colocar aos concursados uma discussão sobre a aposentadoria de Carlos Heitor Cony pela Comissão de Anistia, bastante questionada nos meios de comunicação até mesmo pelos seus próximos ideológicos . Existem dezenas de textos sobre o tema.  Explico: o jornalista recebeu R$1,4 milhão de indenização por ter sido “perseguido” pela ditadura e recebe pensão vitalícia mensal de R$25 mil. Pra quem apoiou o golpe no  início não é nada mal. Consta que essa aposentadoria é como se ele tivesse chegado ao posto mais alto na redação do jornal - o processo concluiu que ele deveria receber como editor,  sem ser,  na ideia de que  com o decorrer da carreira de reporter  alcançaria a vaga. Pra quem gosta de divulgar escândalos do PT esse aqui até que poderia ser um deles, dinheiro público jorrando pra encher o bolso de um homem que adora denuncias.

Um outro texto de Cony que também poderia ser objeto de análise de concursados foi um artigo publicado na Folha antes da copa, onde ele defendeu que não deveria haver a solenidade de abertura da Copa do Mundo. Cony é uma espécie de vira-lata convicto e sem medo de assumir suas posições de gente de mente colonizada. Para ele, mostrar para bilhões de telespectadores no mundo  a cultura de nosso povo talvez fosse vergonha, um constrangimento para essa elite subordinada aos interesses de Washington.

O governo federal e o Banco do Nordeste - que pagou caro pelo concurso - não deveriam se omitir diante de tamanha e flagrante  provocação. Não podemos admitir que pessoas bem intencionadas em busca de um emprego sejam expostas à ação de oportunistas e irresponsáveis. É necessário que a diretora do Banco cobre explicações à FGV e se pronuncie contra esse tipo de prática para que nunca mais tenhamos de presenciar absurdos dessa natureza.

(*) Geraldo Galindo é diretor da Associação dos Funcionários do BNB

 
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